terça-feira, 17 de março de 2009

Misterio das Grandes Operas

«Se tivéssemos uma verdadeira vida não teríamos necessidade de arte. A arte começa precisamente onde cessa a vida real, onde não há mais nada à nossa frente. Será que a arte não é mais do que uma confissão da nossa impotência?»
Richard Wagner, in «Carta»
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Wilhelm Richard Wagner (22 de maio de 1813, Leipzig - 13 de fevereiro de 1883, Veneza) foi um compositor alemão, considerado um dos expoentes do romantismo e dos mais influentes compositores de música clássica já surgido. Com a sua criatividade, inúmeras inovações foram trazidas para a música, tanto em termo de composição quanto em termo de orquestração. Para citar uma, é sua a idéia de alojar a orquestra em um fosso em frente ao palco. Com isso, as vozes dos cantores e cantoras eram emitidas diretamente aos ouvintes, sem nenhuma barreira. Outra idéia que aprimorou, já que não foi o primeiro a utilizá-la, consistia em identificar um personagem, um objeto ou um assunto através de uma linha melódica, a qual chamou de leitmotiv ou motivo condutor. Quando se ouve a linha melódica, imediatamente vem a mente o personagem, o objeto ou o assunto que o autor deseja indicar. Como compositor de óperas, criou um novo estilo, grandioso, cuja influência sobre a música da época e posterior foi forte. Polêmico ao extremo, angariou ao longo da vida inúmeros desafetos. Além de músico era também poeta e escreveu o libreto de todas as suas óperas, inclusive o O Anel dos Nibelungos, onde reconstrói partes da antiga mitologia germânica. Para a encenação deste e doutros espetáculos grandiosos que concebeu, construíu com a ajuda de amigos e do rei da Baviera, Luís II, o teatro de ópera de Bayreuth (Bayreuth Festspielhaus). É interessante notar que D. Pedro II, impressionado com a obra de Wagner, cogitou construir no Brasil semelhante teatro. Sua vida pessoal foi bastante atribulada. Era perdulário e por várias vezes teve de abandonar o lugar em que vivia por causa da perseguição dos credores. Gostava de viver no luxo. Era casado quando teve de mudar de Munique, na Baviera, para o exterior por causa de seu relacionamento com a esposa do pianista e maestro Hans von Bülow, Cosima, que era filha de Franz Liszt e mais tarde se tornaria sua segunda esposa. Estudou a obra de Beethoven, que considerava um mestre, e foi o responsável por tirá-lo do esquecimento, quando em 1870, os alemães em meio a guerra, esqueceram a data do centenário de Beethoven. • Anti-semitismo Richard Wagner escreveu alguns ensaios anti-semitas e por essa razão, sua imagem foi empanada no século XX pelo fato do nazismo tê-lo tomado como exemplo da superioridade da música e do intelecto alemães, contrapondo-o a músicos também românticos como Mendelssohn, que era judeu. O ensaio mais polêmico foi Das Judentum in der Musik, publicado em 1850, no qual ele atacava a influência de judeus na cultura alemã em geral e na música em particular. Nesta obra descreve os judeus como: “ex-canibais, agora treinados para ser agentes de negócios da sociedade”. Segundo Wagner, os judeus corromperam a língua do país onde vivem desde há gerações. A sua natureza, continua Wagner, torna-os incapazes de penetrar a essência das coisas. A crítica era dirigida particularmente aos compositores judeus Giacomo Meyerbeer e Felix Mendelssohn, que eram seus rivais. Wagner insistia em defender que os judeus deveriam abandonar a prática do judaísmo e se integrar totalmente à cultura alemã. Exegeses das óperas Há algumas exegeses controversas sobre óperas de Wagner, como Parsifal e Os Mestres Cantores de Nurenberg segundo as quais algumas personagens seriam caricaturas anti-semitas - muito embora não haja referência explícita aos judeus em nenhuma ópera de Wagner. Segundo esta interpretação, Mime e Alberich em “O Anel dos Niebelungos” e Kundry e Klingsor em “Parsifal”, são caricaturas anti-semitas. Mime diz “Eu tenho o maior cuidado para esconder hipocritamente os meus pensamentos íntimos”. A figura de Mime, o seu próprio nome (mime, mimetos significa “imitação” em grego), deveriam sugerir a ideia de que os judeus só são capazes de imitar e que corrompem a linguagem. Albericht sonha com o poder. Ambos perecem miseravelmente. Contudo, os exegetas que viveram antes da Segunda Guerra Mundial - notadamente Max Heindel, em sua obra literária “Os Mistérios das Grandes Óperas” - fazem outra análise, sem qualquer referência ao anti-semitismo. Segundo eles, a maior parte das óperas de Wagner, mais notadamente Parsifal, Lohengrin e Tannhäuser, são parábolas para ilustrar alguns mistérios do Cristianismo sob a óptica esotérica, sem relação alguma com ideias anti-semitas. Em Parsifal, por exemplo, Klingsor e seu jardim mágico representariam as naturezas inferiores do homem, contra o qual Parsifal, o “inocente casto”, deveria lutar. Kundry seria o símbolo do corpo físico, que ora serve aos ideais superiores do Graal, ora serve ao mal (Klingsor). A passagem em que Parsifal cai em tentação, beija Kundry e depois sente as feridas causadas em Amfortas por Klingsor representaria o homem quando adquire a virtude em detrimento da inocência, que só pode ser alcançada quando o homem vence a tentação e passa a discernir o bem do mal. Existe uma certa relação entre as óperas desse inigualável compositor. Lohengrin, da ópera Lohengrin, é filho de Parsifal, da ópera Parsifal. Lohengrin era um dos cavaleiros de Parsifal. O Anel dos Niebelungos, embora sua ação não seja ligada ao Cristianismo, é interpretado por esses autores como uma ilustração do desenvolvimento anterior, presente e futuro da humanidade, usando elementos da mitologia nórdica, traçando vários paralelos com livros da Bíblia como o Gênesis (equivalente à ópera O Ouro do Reno) e o Apocalipse (equivalente à ópera O Crepúsculo dos Deuses). Obra Óperas • Die Feen (As Fadas)- 1833 • Das Lebensverbot («O Amor Proibido)- 1836 • Rienzi, der Letzte der Tribunen (Rienzi, o último dos tribunos) ou simplesmente Rienzi - 1842 • Der fliegende Holländer (O Holandês Voador), ou “Le Vaisseau Fantôme” (O Navio Fantasma) - 1843 • Tannhäuser - 1845 • Lohengrin - 1850 • Tristan und Isolde (Tristão e Isolda) - 1865 • Die Meistersinger von Nürnberg (Os Mestres Cantores de Nurembergue) - 1868 • A Tetralogia O Anel do Nibelungo (Der Ring des Nibelungen) que é composta das seguintes óperas: o Das Rheingold (O Ouro do Reno) - 1869 o Die Walküre (A Valquíria) - 1870 o Siegfried - 1876 o Götterdämmerung (O Crepúsculo dos Deuses) - 1882 • Parsifal - 1882 Outras composições Música orquestral • Sinfonia em dó maior • Idilio de Siegfried • Aberturas • Marchas Música para piano • 3 sonatas • Fantasia (1831) Música vocal • Das Liebesmahl der Apostel • Cena bíblica (1843) • 5 canções sobre textos de Mathilde Wesendonck • Canções • Árias
Publicado por
Violeta Teixeira em 04/08 às 02:10 AM

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