quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Um Ramo de Rosas Pretas



Quando a Mulher entra na Vida, vem vestida com o Vento do Espírito, carregando um ramo de rosas brancas.


Elas representam as Vidas que dará, as historias que deve ouvír, conhecer e contar; são muitas, e não poderá fazê-lo com todas, não poderá dar-lhe vida a todas elas, mas pode ouví-las e contá-las.





Cada rosa branca que não se transforma em historia, converte-se numa rosa vermelha, que se desfaz em seu interior e sangra as portas do céu, sem poder entrar.



Cada uma dessas vermelhas rosas, que se desfaz em pétalas de esquecimento, transtorna a sua vida, e lhe faz “ferver” o sangue, por ter que pagar por algo que não quis dar.



Pagar com seu sangue, pelas historias de Vida que não ouviu, não conheceu e que não contará.

Despois que paga a sua cota de esquecimento, fica um vazio, que será substituído por uma rosa preta; o preto da ausência, da falta de cor, da falta de conhecimento.



E assim, seu ramo branco, transforma-se com o tempo, num ramo de rosas pretas, que se completará o dia, que você tenha terminado de escolher as fábulas e lendas as quais deu Vida, e que se tenham desintegrado todas as outras que quis esquecer.



Você tem ao redor de quatro décadas para escolher, ouvír, conhecer ou contar; quatro décadas, quarenta anos; quatro que representa a matéria, os quatro elementos, e zero que é o círculo, o Universo no qual você vive.



Um Universo pleno das belas historias que palpitam, em cada rosa branca que conforma seu ramo, mas que também estão esperando Ser nos outros, em muitos dos que cruzam o seu caminho, e aos quais você pode dar uma de suas brancas flores, ajudando-os a viver a sua própia historia, que é igual a uma das suas.



Quando você o faz, isso não impede que tenha que pagar com seu sangue a Vida que não criou, mas impede que seu ramo, se transforme em um ramilhete de pretos vazios; pois você preenche esse vazio, com a Vida do Ser que ajudou a contar a sua historia, a encontrar o propósito do seu existir.



Se não gera a Vida em você mesma, pode fazê-lo, ajudando a outros a gerar a deles, você somente tem que abrir-se e ver, conhecer o outro, ao que está ao seu lado, ao lado do seu caminho, e espera a sua mão amorosa, a sua palavra amiga, o seu Amor Incondicional como Criadora de existências, como contadora de historias, como a especialista em fábulas e lendas que você é.





No final de sua existência, se não cumpriu com a sua parte, lhe sobrará nos braços um imenso ramo de rosas negras, que serão recolhidas, e semeadas em seu céu interior, criando nesse céu que é a sua felicidade, tantos ” buracos negros” como historias não tenha contado.



São os mesmos buracos que você levará a través dos Tempos, para a sua próxima existência, e que somente poderá preencher, encontrando a felicidade de ser uma contadora de historias.



Tudo é perfeito em si mesmo, tudo é justo em si mesmo, por isso é justo que você que pode dar Vida a outros, de inúmeras formas, em você, ou a través de você, pague com seu sangue a negação da existência de outros.



Porque quando não o faz, esses outros se tornam os “demais”, criando uma corrente de desgraças, ao não ter querido cumprir a sua parte no esquema das coisas.

A sua parte, que é honrar o juramento que fez, de propagar a Vida, ser Uma com a comunidade que lhe cerca, protegendo assim a herança sagrada das Sacerdotisas Escarlate.



Herança de Sangue e Luz; que se transforma em Sangue e Sombras; sombras que vaziam a sua existência, vertendo pouco a pouco o fluido vermelho que sai do seu ventre, e rega a Terra, para que as historias desfeitas, retornem ao Grande Mar.



Historias transformadas em cristais de areia, para que qualquer um que tenha ouvidos para ouvír, e olhos para ver, ilumine as Areias do Infinito, e leia as historias que você não quis contar.



Se você pode, se você quer, comece a olhar ao seu redor; abra-se aos que lhe rodeiam, olhe-os com olhos de contadora de historias, e adivinhará neles o Castelo dos Sonhos, pleno de velhas lendas, que não estão tendo a oportunidade de ser, e regale-lhes a Graça de um existir, compartido sob o cálido fulgor da Luz, que iluminará a Vida de ambos.



Para fazê-lo, você deve descobrir a sua forma de propagar essas Vidas; pode ser pintando, esculpindo, escrevendo, dançando, cantando, compondo melodias, ou simplesmente sendo Amiga, porque a amisade é uma Arte, que vai da mão dos Jardineiros.



Eles são os “plantadores” de Árvores de Vida, que conhecem as raízes da Mãe Terra, de onde se originam esses seres verdes, cheios da Savia da Vida, mas que precisam de um jardineiro Amigo, uma jardineira amistosa, que os reguem, até que cresçam e sejam fortes.



Fortes o suficiente, para abrigar na sua sombra, os que a ele chegam, ainda sementes, para submergir-se nos braços da Mãe Terra, criar raízes, nutrir-se Dela, crescer e elevar-se aos céus, para albergar outras almas, outras memorias, outras historias que palpitam em cada semente, que espera ser chamada para Ser.



Depois de tantas coisas que tenho falado, (Ratziel), e muitas outras que ainda virão, você pode ver que não se trata de que uma polaridade de seres, tenha mais vantagem que outra; pois cada uma delas vem com a sua própia responsabilidade.



Esses seres, homens e mulheres, não são nada uns sem os outros, pois nenhum pode completar seu objetivo de Vida sem abrir-se, entregar-se, dar-se aos outros; e nisso radica a perfeição, a liberdade e a felicidade, no fato de que todos nascemos com o mesmo propósito: alcançar a Consciência Cósmica, a Consciência Una.



Podemos fazer nossa viajem de uma forma mais tranqüila, caminhando todos da mão, ou mais difícil, viajando juntos mas separados, até que possamos compreender, que somente despertaremos para essa Consciência Universal, que é a nossa meta primordial de união com os outros, no enlace de historias que confirmam e conformam a rede de energias e essências que cobre o planeta.




Nenhum comentário: