1. Resfriamento global
Uma extinção há cerca de 450 milhões de anos varreu 85% das espécies – sorte sua que nossos ancestrais se safaram. A provável causa é irônica para nós, que tememos o efeito estufa: um resfriamento global.
2. 3 peixes e 1 destino
Nosso ancestral sobrevivente é o peixe sem mandíbula, pai dos peixes comuns e dos que dariam origem a nós: os de nadadeiras grossas. Essas nadadeiras, por sinal, logo mostrariam a que tinham vido. Veja no item 5.
3. Ar anabolizado
No início do Carbonífero, o clima quente e úmido oferecia condições ideais para o crescimento de árvores gigantes, com mais de 30 metros. A fotossíntese delas fez o oxigênio compor 35% da atmosfera – hoje, por exemplo, esse nível é de apenas 20%.
4. Fuga para a terra
O mar estava superpopulado. Fugir para a terra firme virou a alternativa para alguns invertebrados. Deles viriam os insetos modernos.
5. Peixe fora d’água
Peixes que viviam em pântanos transformaram aquelas nadadeiras grossas em 4 patas. E originaram os vertebrados terrestres.
6. Invasão dos insetos
O ar cheio de oxigênio foi um baita negócio para os bichos mais energéticos, como os insetos: alguns chegaram a medir quase 1 metro.
7. Efeito estufa
Há 250 milhões veio a maior extinção da história: 95% das espécies. Motivo provável: erupções vulcânicas teriam aumentado a concentração de CO2 , elevando a temperatura além da conta. As maiores perdas foram no mar.
Uma extinção abre caminho para os dinossauros dominarem a Terra. Outra os manda embora de uma vez só. Enquanto isso o mundo fica mais colorido e surge nosso avô, um “quase-ratinho”.
1. Rei morto, rei posto
Há 230 milhões de anos um grupo de répteis dominava a Terra. Dinossauros? Não: os terapsídios, ancestrais dos mamíferos. Mas uma extinção os varreu do planeta há 200 milhões de anos. E deixou o caminho livre para os dinos.
2. Era das flores
As florestas ficavam mais coloridas. As plantas com flores inventaram um novo método de reprodução: usar insetos para transportar seu gametas, em vez de atirá-los no ar. E logo elas dominariam 80% da vegetação.
3. Dinos aquáticos
O mar não estava só para peixe, estava também para plesiossauros e ictiossauros, os dinos aquáticos. Eles morreram milhões de anos antes dos terrestres. Suspeita-se que foi por falta de comida depois que um tipo de lula, seu prato favorito, extinguiu-se.
4. Come-quieto
Os primeiros mamíferos eram menores que ratos e viviam de comer insetos – embora alguns chegassem a 1 metro de comprimento. Mesmo assim, se esses pioneiros não tivessem se escondido dos dinos, você não estaria aqui.
5. Impacto profundo
Há 65,5 milhões de anos, um asteróide acertou a Terra. Resultado: tsunamis de 150 metros, terremotos colossais e uma onda de choque que ensurdeceu os sobreviventes. Mais de 70% dos animais pereceram. E não sobrou dino algum.
6. Casa nova
O meteoro que matou os dinossauros fez a alegria dos anfíbios. Ao destruir os dinos herbívoros, facilitou o crescimento de selvas, que serviram de lar para eles. Na época, as 5 espécies sobreviventes deram à luz 86% das espécies de sapos e 95% das de salamandras atuais.
Tábula Rasa
Steven Pinker, Companhia das Letras, 2004.
O Relojoeiro Cego
Richard Dawkins, Companhia das Letras, 2001.
A Vida no Cosmos
Lee Smolin, Unisinos, 2004.
Estima-se que haja 10 milhões de espécies hoje, embora só 1,4 milhão estejam catalogadas. Mesmo assim, é a ponta do iceberg: 99% das formas de vida que já passaram pela Terra não estão mais entre nós. E as extinções continuam.
1. Mundo mamífero
Com a Terra livre dos dinossauros, aqueles mamíferos do tamanho de ratinhos ficaram com o terreno livre para crescer e se multiplicar.
2. Quem dera ser um peixe
Não só os mamíferos se deram bem na época. Alguns peixes tiveram um upgrade, que lhes deu mais agilidade e força. Resultado: viraram o grupo dominante dos vertebrados, com 50% das espécies.
3. Nem macaco nem homem
Há 6 milhões de anos nascia o último ancestral comum de homens e chimpanzés, um ser ainda desconhecido do ramo dos primatas. Um milhão de anos depois ele evoluiria para o australopiteco. E dele para nós foi um pulo, pelo menos do ponto de vista do planeta.
4. E chega o homo sapiens
O australopiteco gerou o Homo erectus, que gerou o Homo heidelbergensis, que teve dois gêmeos há 200 000 anos: o Homo neanderthalensis e o Homo sapiens. Aí fizemos o que Caim fez com Abel na Bíblia: os matamos. E há 30 000 anos somos a única espécie humana na Terra.
5. Extinção artificial
Agora nós é que promovemos extinções em massa. Sete em cada 10 das principais espécies de peixes marinhos – que juntas somam 30% de tudo o que se pesca – já foram superexploradas. Quer dizer: se a predação humana continuar como está, elas devem se extinguir nas próximas décadas.
Matéria retirada na integra da Revista SUPER INTERESSANTE.
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