segunda-feira, 14 de julho de 2008

Arthut Schopenhauer - Fábula da convivência


Arthut Schopenhauer - Fábula da convivência


Perfeita pra uma segunda-feira neurótica....
Preciso exercitar a tolerância!!!
Preciso exercitar a tolerância!!!
Preciso exercitar a tolerância!!!
Preciso exercitar a tolerância!!!
Preciso exercitar a tolerância!!!

Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir e juntar-se mais e mais. Assim cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se por não suportar mais tanto os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito.
Mas essa não foi a melhor solução, afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com preocupações, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.

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